domingo, 13 de março de 2011

sem pé nem cabeça

a empregada entra no elevador. o morador, incomodado com a presença dela, a ''convida'' para se retirar. a empregada sai, chora e fica constrangida com a situação. essa é realidade vergonhosa de um preconceito asqueroso que infelizmente ainda cabe no Brasil.
tal acontecimento nos leva a refletir sobre o fato de a discriminação sócio-econômica não ser enfrentada no nosso país como deveria. apesar de vivermos em uma nação na qual apenas 10% dos mais ricos detém metade da renda nacional, o preconceito, mesmo velado, é pertinente na nossa sociedade. por isso, chegamos à essa necessidade coerente, apesar de ser o cumulo do absurdo criar um projeto de lei - do deputado Roberto Lucena, do PV/SP- contra a discriminação no uso de elevadores social e de serviço.
para salientar essa discussão, veja que ao falarmos em discriminação racial, rapidamente atitudes são tomadas para atenuar esse tipo de preconceito- que muitas vezes tem suas dimensões ampliadas- como a criaçao de cotas nos vestibulares para negros e índios. porém, quando tratamos de discriminação social, algumas cabeças prepotentes acham isso irrelevante e chegam a defender a segregação até mesmo no simples uso de um elevador: moradores por um, empregados por outro.
entretanto, o elevador de serviço deve ser utilizado obrigatoriamente no transporte de carga e animais, e não por pessoas em serviço, a exemplo de uma empregada doméstica que chega ao prédio para trabalhar. afinal, porque ela, que é um ser humano igual a você, não pode trafegar no elevador social cujo nome faz referencia ao uso por pessoas?
reforando essa linha de raciocínio, uma enquete do Jornal Hoje revela que 87% das pessoas que participaram acreditam que a discriminação acerda da distinção do uso de elevadores deve ser punida, como previsto pelo projeto de lei que entrou em votação semana passada.
portanto, é bom saber que apesar da injúrias injustificaveis, há pessoas que prezam por não ferir o respeito e a dignidade humana do outro. se a sociedade nao fosse tao complicada, essa questao nem entrava em discussao.