quinta-feira, 26 de maio de 2011

Com os burros n'água

Uma das notícias mais comentadas é o kit de combate à homofobia. Na opinião de Dilma, os vídeos contidos nele não abordam a verdadeira intenção do governo que é eliminar o preconceito aos gays e respeitar as diferentes opções sexuais.
 A personagem principal de um deles, Bianca, um transexual, apela muito para o ‘sou diferente’ o que na minha opinião reafirma o ar de discrepâncias que paira entre os homossexuais  e heterossexuais.
Em um segundo, feito como uma história em quadrinhos, o menino cheio de indagações resolve de maneira precipitada achar que gosta dos dois sexos e por isso vai desfrutar de ambos. O problema é que no desenrolar dos fios, a ideia desse filme é bastante conativa o que pode causar um efeito diferente do proposto.
Um terceiro vídeo é bem radical no ponto de vista abordado. Em resumo, é como se o casal de lésbicas fosse excluído por  todo mundo e todo mundo ao redor é heterossexual e preconceituoso.
Agora pense comigo que caos irreversível esses vídeos já não trouxeram - sim porque vazaram na internet. Todo adolescente entre 15 e 17 anos, público alvo do kit gay, tem acesso a internet, seja em casa, na lan house, na casa de um amigo; os jovens dessa idade não admitem exclusão digital. Portanto, creio que muitos, depois de tanto bafafá em cima dessa questão, já assistiram aos vídeos que o governo mantém nesse puxa encolhe sem saber se envia ou não às escolas.
 Dessa maneira, o nome Bianca vai fazer parte de muitas rodinhas. E sinceramente se o objetivo era combater a homofobia, na real, esses vídeos vão contribuir para um novo leque de piadas desrespeitosas.
Mas não culpem os jovens, porque na verdade, a mente deles já assistiu os vídeos prontas  pra darem risadas depois de verem na mídia algumas das autoridades tratando sem muito respeito o  kit, como fez o ex-secretario do MEC, Andre Lazaro.
 Assim, entendo  que deve haver esse combate e repugno quem trata os homossexuais com preconceito. Entretanto, acho que agora os vídeos já deram com os burros n'água diante de tanta polemica e ridicularização.  É melhor começarem a bolar outro plano.

sábado, 26 de março de 2011

Involução das espécies

                A banda é Restart, “fenômeno” teen. O integrante é Thomas, o baterista. A fala é a seguinte: “... imagina você tocar no meio do mato assim... sei nem se tem gente, civilização...seria bem legal tocar pra parte que a gente acha que não tem nada.” O lugar do qual ele estava falando não era outro planeta ou a Terra em seus primórdios, mas sim a Amazônia.
                Quanto a essa perola, digo que felizmente nomes da nossa intelectualidade não precisaram viver para presenciar tal situação. Por outro lado, alerto que, infelizmente, quando Nelson Rodrigues, um grande cronista esportivo brasileiro, concluiu ainda em 1969 que há uma “ascensão espantosa e fulminante do idiota”, ele não estava errado. Se fosse vivo, estaria vendo a confirmação do seu presságio.
                Isso porque não é apenas na esfera do entretenimento que há uma decadência do intelecto social, pois na própria política a inocuidade reina. No processo eleitoral do ano passado, Weslian Roriz pagou de comediante no debate entre os candidatos a governadores do Distrito Federal. Despreparada, ela se perdeu nas perguntas, nas respostas e nos papeis que ela não achava. E se o que se precisava ganhar era a confiança do eleitor, pelo menos a risada ela conseguiu quando relacionou a cor do estúdio no qual ocorreu o debate à cor do seu partido. Mas apesar de Roriz não ter sido eleita pelo DF, o estado de São Paulo elegeu Tiririca para trabalhar na Câmara Federal, revelando um quadro de letargia sócio-intelectual. Porque afinal, qual é a preparação desse camarada para discutir, votar leis e agora participar da Comisao de Educação?
Qual seria então o motivo para ser cada vez mais banal atitudes depreciativas em uma época na qual temos todos os artefatos para apenas avançar? Ironicamente, esses próprios elementos são os responsáveis por isso tudo. De alto nível intelectual são os poucos que fazem a tecnologia, porque a maioria que apenas a utiliza está se acomodando e atrofiando sua capacidade de ir além e superar seus próprios limites.
Os tempos hoje são de informações prontas, noticias fulgazes e leituras superficiais. Poucos dedicam parte do seu tempo ao ócio produtivo, e assim vocabulários são encurtados, palavras não são entendidas e noção de senso crítico é perdida.
Por tudo isso, acredito que está prestes a surgir um novo Darwin, só que agora para explicar a involução das espécies.
Ah, se todo homem tivesse ainda um quê de Chico Buarque salpicado com umas boas ironias  machadianas.

domingo, 20 de março de 2011

Belbellita

Por trás de uma fragilidade singela esculpida em um lévido bater de asas há uma borboleta persistente e forte. Não sendo diferente dos outros seres vivos, o darwinismo explica que as borboletas selecionadas pelo meio sao aquelas que dentro do seu casulo, formado por fibras resistentes, foram capazes de desenvolver seus músculos a partir do esforço para abandonar o lugar que lhe acolhia. Ela amadurece ao passo de que quando consegue se libertar é capaz de realizar um vôo que parece, aos nossos olhos, não lhe custar esforços num paradoxo de graça e força.
Poderíamos ser como as borboletas, sair de um só casulo por toda a vida, mas como seres pensantes que somos - pelo menos deveríamos ser - e por agirmos presumidamente mais pelo racional, temos consciencia de que precisamos estar sempre abandonando casulos. Digo no plural porque saimos de um, mas estamos ainda dentro de muitos outros. Cada casulo abandonado é uma conquista que precisamos por muitas vezes sozinhos, como as borboletas, alcançar. Certamente, exige muito esforço, persistencia, segurança em si, força de vontade, coragem, crença... e tudo mais relacionado a sopros de impulso na vida.
E por mais que existam pessoas do nosso lado querendo nos ajudar a alcançar nossos objetivos, elas podem até fazer alguma coisa por nós, mas jamais seríamos o às que podemos ser se nao ousarmos desafiar os nossos supostos limites.
Há casulos que só nós podemos romper ou não entenderemos o propósito de tanto tempo de preparação para só então alçarmos um belo vôo. É assim para amar e perdoar plenamente, por exemplo. Não adianta ninguém lhe pedir amor ou perdão, pois o seu coração é que sabe a hora certa de planar.
Podemos ser como elas, sair de um casulo e voar após tanto esforço para atingir uma meta, mas só se lutarmos por isso. E podemos realçar nossos contornos e cores específicas de um espectro individual que permite a cada um dar à vida o tom que lhe convém.

domingo, 13 de março de 2011

sem pé nem cabeça

a empregada entra no elevador. o morador, incomodado com a presença dela, a ''convida'' para se retirar. a empregada sai, chora e fica constrangida com a situação. essa é realidade vergonhosa de um preconceito asqueroso que infelizmente ainda cabe no Brasil.
tal acontecimento nos leva a refletir sobre o fato de a discriminação sócio-econômica não ser enfrentada no nosso país como deveria. apesar de vivermos em uma nação na qual apenas 10% dos mais ricos detém metade da renda nacional, o preconceito, mesmo velado, é pertinente na nossa sociedade. por isso, chegamos à essa necessidade coerente, apesar de ser o cumulo do absurdo criar um projeto de lei - do deputado Roberto Lucena, do PV/SP- contra a discriminação no uso de elevadores social e de serviço.
para salientar essa discussão, veja que ao falarmos em discriminação racial, rapidamente atitudes são tomadas para atenuar esse tipo de preconceito- que muitas vezes tem suas dimensões ampliadas- como a criaçao de cotas nos vestibulares para negros e índios. porém, quando tratamos de discriminação social, algumas cabeças prepotentes acham isso irrelevante e chegam a defender a segregação até mesmo no simples uso de um elevador: moradores por um, empregados por outro.
entretanto, o elevador de serviço deve ser utilizado obrigatoriamente no transporte de carga e animais, e não por pessoas em serviço, a exemplo de uma empregada doméstica que chega ao prédio para trabalhar. afinal, porque ela, que é um ser humano igual a você, não pode trafegar no elevador social cujo nome faz referencia ao uso por pessoas?
reforando essa linha de raciocínio, uma enquete do Jornal Hoje revela que 87% das pessoas que participaram acreditam que a discriminação acerda da distinção do uso de elevadores deve ser punida, como previsto pelo projeto de lei que entrou em votação semana passada.
portanto, é bom saber que apesar da injúrias injustificaveis, há pessoas que prezam por não ferir o respeito e a dignidade humana do outro. se a sociedade nao fosse tao complicada, essa questao nem entrava em discussao.

domingo, 9 de janeiro de 2011

“Everything is possible. The impossible just takes longer.”(NSA)

Combati o bom combate. Entrei em estado de guerra total, utilizando todas as minhas forças, os meus recursos e minhas habilidades para atingir um objetivo. Ousei atingir a perfeição e a tangenciei várias vezes durante minhas batalhas. Tive meu norte traçado. Tentei manter minha fé e quando essa quis fraquejar, em função das dificuldades que vi, tive coragem para superá-las, mantendo assim, acesa a chama no meu coração. Olhando tudo isso, pareço ter me tornado um mito histórico. Mas como todo mito, devo ter a minha “tragédia”.
O problema com os mitos históricos está no fato de seu herói, herói não por ter poderes divinos, mas sim, por aprender a extrair o máximo da capacidade humana, conta sempre com o imprevisível para confrontá-lo. Que digam homens como Leonidas, Julio César, Napoleão, Airton Senna e até mesmo Jesus, no que se refere ao seu aspecto humano. Mas a tragédia, em que consiste? Apesar do nome, será que é a sua ocorrência que caracteriza a história de um herói? Ou serão as vitórias que ele conquistou em cada luta? Não seria a coragem que mostrou, mesmo diante do inimigo invencível? E ainda, não deveria ser notado de como, através de forma simples e humilde, o herói foi capaz de conquistar e unir os corações ao redor dele? Que respondam os que leram a história, os que viram o dia-a-dia e que de alguma forma sentiram e participaram dos sacrifícios que foram feitos.
Ao herói eu pergunto: onde seu coração brilha mais? No meio do dia, ou no meio da noite, com o céu sem estrelas? É o braço forte, que nunca se curva e que nunca erra mais glorioso do que o homem pequenino de carne e osso, cuja única arma é acreditar de forma incontestável nos seus sonhos? Seria o super homem aquele que nunca cai, ou seria aquele que cai, mas sempre encontra forças para se levantar? Que responda o coração heróico, alimentado pelo amor daqueles que o amam e que estão com ele em todos os momentos.
O coração do herói é antes de tudo humano e, portanto tem medo do amanhã porque não sabe o que pode esperar. Mas nesses momentos deve-se voltar para um ponto em que tudo dá certo, em que temos certeza das coisas, onde nossa noite se torna dia. Cada um tem o seu. O do herói, ele sabe, que passa por manter a coragem, aprender com as vitórias e com as derrotas do passado e usar isso como pilar para sustentar sua força e alimentar seus sonhos. O coração do herói fica triste, fica magoado, mas ele sabe que isso vai passar. Ele sabe que a batida natural do seu peito é como a de um motor de foguete, impulsionando os seus sonhos para a concretização através do desconhecido e unindo assim seu passado de batalhas com seu presente esperançoso e seu futuro muito maior do que qualquer um pode imaginar.
Com amor e fé em você,   
                                                                                 Ygor Bastos

sábado, 1 de janeiro de 2011

mais que 10

O ano 10 teve para mim exatamente a especialidade que ele carrega. Para começar, tive que aceitar não ter nas minhas mãos o controle de tudo e por conseqüência aprender a aceitar derrotas e a tirar delas o que há de bom. Viver em uma esfera nova, fora dos muros da escola, a minha segunda casa por muitos anos, conhecer e conviver com novas pessoas enriqueceu e consolidou o meu ser. Me aproximar de algumas que antes eram apenas colegas e saber que tenho neles um ombro amigo felicitou meu coração. E o melhor presente foi exatamente o que eu precisava: um final de semana no Oratório para alimentar minha alma de bons sentimentos e estar sentindo a presença de Deus constante na minha vida. Segui minha vida de forma pacata e tranquila. Mas como disse a nossa nova presidente em seu discurso de posse, a vida é assim, esquenta e esfria, sossega e depois aperta. E aí vieram algumas montanhas-russas de emoções; de começos e fins de trajetorias, escolho alguns momentos pra guardar com carinho e outros para esquecer, apagar da memória. Encerro o ano com a sensação de dever cumprido pois independente da recompensa,reconhecimento e resultado sei que fiz o que pude e até quando não pude me doeei para fazer acontecer. Fui um anjo para guiar e ajudar a chegar lá, mas tambem fui uma pedra no sapato quando alguns caminhos se desencontraram. sentimentos floresceram, sentimentos adormeceram. Vivi de forma pacata e tranqüila, repito, como se o 10 fosse um ano para encerrar uma década e alguns capítulos da minha vida, e tambem um ano de preparação e retagurda, pois sinto que 2011, para onde for que ele me leve terá uma caixinha de ótimas surpresas.  Que Deus me conceda sempre a grandeza de saber perdoar, o dom de amar o próximo intensamente aceitando e aprendendo a conviver com a diversidade de jeitos e trejeitos que me rodeiam. E que eu deleite meus sentimentos, tanto os de alegria quanto os de tristeza, porque é no momento de fraqueza que se constrói a fortaleza da alma para poder aproveitar totalmente uma felicidade. peço ainda a proteção do meu suporte, da minha bengala, da minha base, dos meus pilares, a minha família e os meus amigos. (Amém para os meus pedidos).
Um novo ano, um novo olhar.
um beijo malandro para 2010 e um abraço aconchegante para 2011.
ps.: essa musica é mais do que batida, mas a letra me faz todo o sentido para um fim e um começo J
Quando eu estou aqui
Eu vivo esse momento lindo
Olhando pra você
E as mesmas emoções
Sentindo...

São tantas já vividas
São momentos
Que eu não me esqueci
Detalhes de uma vida
Histórias que eu contei aqui...

Amigos eu ganhei
Saudades eu senti partindo
E às vezes eu deixei
Você me ver chorar sorrindo...

Sei tudo que o amor
É capaz de me dar
Eu sei já sofri
Mas não deixo de amar
Se chorei ou se sorri
O importante
É que emoções eu vivi...

São tantas já vividas
São momentos
Que eu não me esqueci
Detalhes de uma vida
Histórias que eu contei aqui...

Mas eu estou aqui
Vivendo esse momento lindo
De frente pra você
E as emoções se repetindo
Em paz com a vida
E o que ela me trás
Na fé que me faz
Otimista demais
Se chorei ou se sorri
O importante
É que emoções eu vivi...